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segunda-feira, 4 de fevereiro de 2013

Escrito por em 4.2.13 com 1 comentário

Mortal Kombat (IV)

Nas duas últimas semanas, eu fiz aqui posts sobre Resident Evil, motivado pela vontade de falar sobre os filmes, e pela falta de vontade de fazer isso sem falar antes dos games. Hoje eu peço licença para fazer mais um post relacionado a games, mas com uma boa desculpa: assim que comecei a escrever o primeiro post do Resident Evil, quando falei sobre filmes baseados em games, me veio à mente aquele que eu considero o melhor de todos: Mortal Kombat. Mortal Kombat é o meu jogo de luta preferido, tanto que já ganhou três posts aqui no átomo, mas em nenhum deles eu falei sobre o filme, que, por méritos próprios, não somente por ser um filme de Mortal Kombat, também figura na minha lista de filmes favoritos. Hoje é dia de remediar esse erro.

"Não somente por ser um filme de Mortal Kombat", aliás, foi uma frase muito feliz, pois abre espaço para eu dizer que Mortal Kombat não teve só esse filme, mas dois, além de um desenho animado, uma série de TV e duas webséries. Nesse post, entretanto, eu só vou falar sobre o filme original, por razões bem simples: o segundo filme é uma aberração da natureza, o desenho animado é bem sem graça, a série de TV é esquisita e as webséries eu nunca assisti, então não estou a fim de perder meu tempo escrevendo sobre eles. Mas sobre o primeiro filme eu escrevo com o maior prazer.

Lançado em 1995, Mortal Kombat foi dirigido por Paul W. S. Anderson, talvez não por acaso o mesmo diretor de três dos cinco Resident Evil (e roteirista dos cinco, mas não de Mortal Kombat, que tem roteiro de Kevin Droney), e é baseado nos eventos do primeiro game (embora também pegue emprestado coisas do segundo): o deus do trovão Raiden (Christopher Lambert, também conhecido aqui em casa como "Highlander") reúne três valorosos guerreiros, o ex-monge shaolin Liu Kang (Robin Shou), o ator e mestre das artes marciais Johnny Cage (Linden Ashby) e a tenente das Forças Especiais do exército norte-americano Sonya Blade (Bridgette Wilson) para representar a Terra no Mortal Kombat, torneio realizado em uma misteriosa ilha que não consta de nenhum mapa, mas no qual será decidido o destino do planeta: realizado uma vez a cada geração, o torneio é, na verdade, a única forma que os deuses ancestrais encontraram para acalmar a sanha do imperador Shao Kahn (o megadublador Frank Welker), que buscava invadir a Terra de todas as formas. Segundo as regras criadas por esses deuses, caso a Terra vença o torneio dez vezes seguidas, Shao Kahn deve desistir de uma vez por todas da invasão, mas, caso seu lado, o Outworld, vença dez vezes seguidas, a Terra será seu prêmio.

Pois bem, justamente nesse torneio o Outworld terá a chance de conquistar a Terra, pois seu atual campeão, o homem-dragão Goro (um animatronic bastante bem-feito, dublado por Kevin Michael Richardson), já venceu os nove anteriores, completando a dezena caso vença esse também. A única chance que temos é um dos guerreiros escolhidos por Raiden derrotar Goro, o que dará à Terra pelo menos mais dez gerações de paz. Shao Kahn, entretanto, não parece muito disposto a perder essa chance, e manda seu principal assecla, o feiticeiro Shang Tsung (Cary-Hiroyuki Tagawa, desde então conhecido aqui em casa como "Shang Tsung") "supervisionar" o torneio, garantindo que o Outworld vença.

Além de lutar pelo destino da Terra, cada campeão escolhido por Raiden tem seus próprios motivos para participar do torneio: Liu Kang quer vingar seu irmão, morto quando ele era uma criança justamente por Shang Tsung; Cage quer provar ao mundo que não é uma farsa, e sim um verdadeiro mestre das artes marciais; e Sonya está no encalço do criminoso Kano (Trevor Goddard), que matou seu parceiro. Além desses quatro personagens e de Goro, também participam do torneio os ninjas Scorpion (Chris Casamassa, dublado por Ed Boon, um dos criadores do game) e Sub-Zero (François Petit), que pouco falam e não têm história própria, e mais um bando de coadjuvantes que não existe no game e morre após sua primeira luta, como um amigo de Cage, Art Lean (Kenneth Edwards), que comete o ato temerário de desafiar Goro. Outros personagens do game que aparecem no filme são a princesa Kitana (Talisa Soto), filha adotiva de Shao Kahn, que decide ajudar os representantes da Terra, e o ninja Reptile (Keith Cooke), enviado por Shang Tsung para ficar de olho em Kitana e evitar que ela consiga.

O filme surgiria em meio a uma grande onda de adaptações de games que assolou os anos 1990, produzindo pérolas como Double Dragon, Super Mario Bros. e, é claro, Street Fighter. Talvez não querendo um estúdio qualquer se metendo e estragando a história do seu game, a própria Midway, criadora do game original, decidiu produzi-lo, em parceria com o pequeno estúdio Threshold Entertainment. O filme seria distribuído pela New Line Cinema - hoje parte do conglomerado da Warner, que, coincidentemente, hoje também é dona da franquia Mortal Kombat - e receberia dinheiro de diversos investidores, já que os games eram um grande sucesso. Foi graças a esse dinheiro que o filme pôde contar com presenças ilustres como Christopher Lambert e Cary-Hiroyuki Tagawa, segundo os produtores, única escolha possível para o papel de Shang Tsung. Os produtores desejavam ainda mais estrelas no elenco, tendo convidado Tom Cruise, Johnny Depp, Jean-Claude Van Damme e Brandon Lee para o papel de Johnny Cage, Jason Scott Lee para o de Liu Kang e Cameron Diaz para o de Sonya - Brandon Lee e Cameron Diaz chegaram a assinar contrato, mas ele faleceu antes do início das gravações, e ela quebrou o pulso enquanto treinava para as cenas de luta. Anderson, que só havia dirigido um único filme em sua vida, Shopping, com Jude Law e Sadie Frost, seria uma aposta do estúdio, que desejava um diretor jovem e fã de artes marciais.

Curiosamente, o roteiro original era bem mais violento, tendo sido escrito propositalmente para que o filme fosse classificado como impróprio para menores de 18 anos. Ao ser submetido à classificação do órgão competente (a MPAA), entretanto, o filme saiu classificado como PG-13 - menores de 13 anos somente acompanhados dos pais. Aproveitando a oportunidade de atingir a um público maior, Droney daria uma amenizada na versão final. Alguns personagens do segundo jogo, como Jade e Kung Lao, assim como um envolvimento amoroso entre Liu Kang e Kitana, seriam removidos dessa segunda versão para dar mais ritmo ao filme. Curiosamente, Reptile, um dos personagens mais famosos do primeiro game, não constava do roteiro original, tendo sido incluído na versão final a pedidos dos grupos de discussão formados pela produção.

Mortal Kombat contaria com uma grande campanha de marketing, que incluiu até mesmo o lançamento de um longa de animação direto para video, chamado Mortal Kombat: A Jornada Começa. Nele, Liu Kang, Johnny Cage e Sonya viajam para a ilha onde será realizado o torneio, enquanto Raiden lhes explica a história do Mortal Kombat e as origens de Shang Tsung, Scorpion, Sub-Zero, Goro e de Kung Lao, o monge que originalmente frustrou os planos de invasão de Shao Kahn.

Usando criatividade nos efeitos especiais e locações alternativas em Los Angeles e na Tailândia, Mortal Kombat, conseguiu manter um orçamento enxuto, de apenas 18 milhões de dólares. Lançado em 18 de agosto de 1995, se pagou já no primeiro fim de semana, no qual arrecadaria 23 milhões. No total, o filme arrecadaria mais de 70 milhões apenas nos Estados Unidos, e 122 milhões no mundo todo, sendo bastante elogiado pelos fãs do game e por fãs de filmes de ação em geral. A crítica se dividiu, com alguns falando mal do enredo, outros elogiando a ação - o que, de qualquer forma, foi excelente se comparado ao que acontece com outros filmes baseados em games, aos quais a crítica costuma espancar sem dó.

O sucesso de Mortal Kombat levaria às já citadas série animada, Mortal Kombat: Defensores da Terra, de 1996; à continuação, Mortal Kombat: A Aniquilação, de 1997; e à série de TV, Mortal Kombat: A Conquista, de 1998, as quais, como eu já disse, me absterei de comentar. Atualmente, a Warner, atual dona da franquia, pensa em fazer um reboot, que seria lançado em meados desse ano. Até agora, entretanto, tudo o que existe é especulação, sem elenco, diretor nem roteiro definidos. O que se comenta é que esse novo filme seguiria a história do mais recente jogo, lançado em 2011.

Aliás, já que eu estou por aqui mesmo, vou aproveitar e falar desse jogo, lançado em 2011 para Playstation 3 e Xbox 360, e que se chama, simplesmente, Mortal Kombat. Antes disso, cabe explicar rapidinho por que a Warner é agora dona da franquia: o Mortal Kombat original foi criado por Ed Boon e John Tobias, que, na época, trabalhavam para a Midway, empresa famosa no mundo dos arcades por ter distribuído o Space Invaders nos Estados Unidos e lançado Ms. Pac Man, Spy Hunter e Rampage, dentre outros. Com Mortal Kombat, a Midway esperava conseguir um pedaço do mercado dos jogos de luta, que se tornou imensamente lucrativo alguns anos antes com o lançamento de Street Fighter II. O plano seria tão bem sucedido que, até hoje, Mortal Kombat é considerado o maior rival de Street Fighter.

Infelizmente, entretanto, a popularidade de Mortal Kombat não significaria para a Midway o mesmo que a popularidade de Street Fighter significaria para a Capcom, sua criadora. O jogo realmente rendeu rios de dinheiro, que possibilitaram à Midway comprar, por exemplo, os catálogos da Atari e da Williams quando essas abriram falência, mas parece que a empresa acreditava que Mortal Kombat a sustentaria para sempre: a maior parte dos jogos lançados pela Midway após Mortal Kombat consistiria de licenciamentos, como os jogos de esportes NBA Jam e NFL Blitz e o jogo de tiro Revolution X, que contava com a banda Aerosmith, sem que houvesse investimento na criação de novos jogos originais. No final da década de 1990, quando os jogos de luta para arcades começaram a entrar em uma curva descendente, a Midway começou a ter prejuízo - o que levou Tobias, inclusive a se demitir da empresa e fundar a sua própria.

No início dos anos 2000, a Midway tomaria duas decisões arriscadas: primeiro, fechar completamente seu departamento de arcades, passando a produzir apenas jogos para consoles. Segundo, investir na compra de pequenas softhouses independentes, ampliando e diversificando sua equipe de produtores e desenvolvedores. Mortal Kombat sobreviveria graças a Boon, que convenceria a empresa a continuar desenvolvendo títulos da franquia para consoles, mas o prejuízo seguiria aumentando ano após ano. Em 2008, em uma última cartada, a Midway tentaria uma parceria com a Warner Bros, que previa o lançamento de vários jogos, mas acabaria resultando em apenas um: Mortal Kombat vs. DC Universe. No ano seguinte, os prejuízos acumulados eram tantos que a Midway não teve outra alternativa senão pedir falência.

Até hoje, os ativos da empresa estão à venda para pagar suas muitas dívidas. Parte desses ativos - a divisão baseada em Chicago e uma das pequenas softhouses compradas pela Midway, a Surreal Software - foi comprada por Ed Boon e renomeada NetherRealm Studios. Outra parte - os direitos obre a franquia Mortal Kombat - acabaria sendo comprada pela Warner Bros. Como tanto a Warner quanto Boon tinham interesse em seguir com a franquia, logo eles negociaram o lançamento de um novo título para a série.

Esse novo título, entretanto, não seria uma continuação, mas uma espécie de reboot - por isso seu nome é apenas Mortal Kombat - uma oportunidade de usar todos os personagens clássicos sem a necessidade de uma história controversa - e de levar Mortal Kombat em uma nova direção após o Armageddon.

Assim como MKvsDC, o novo Mortal Kombat possui um modo Arcade (chamado Fight) e um Story Mode, no qual sua história será contada: após os eventos de Mortal Kombat: Armageddon, Shao Kahn se tornou todo-poderoso e matou todos os lutadores sobreviventes, dominando o universo. Pouco antes de morrer, Raiden decide enviar uma mensagem a si mesmo no passado, para evitar que isso ocorra. Essa mensagem é recebida quando está se iniciando o torneio mostrado no primeiro game, com os lutadores reunidos na ilha de Shang Tsung. O problema é que Raiden não compreende muito bem a mensagem, e, para complicar ainda mais, de vez em quando tem visões de eventos futuros. Enquanto as histórias de Mortal Kombat, Mortal Kombat II e Mortal Kombat 3 se desenrolam, Raiden tenta interpretar a mensagem e suas visões, buscando descobrir uma forma de derrotar Shao Kahn antes que seja tarde demais. O Story Mode conta com 16 capítulos, cada um composto de 4 ou 5 lutas, e em cada um deles o jogador deverá controlar um lutador diferente e pré-determinado. Entre as lutas, os eventos da trilogia original de Mortal Kombat serão recontados - e alterados, já que Raiden interfere diretamente em alguns deles buscando solucionar o enigma que seu eu do futuro o enviou.

Já o modo Arcade é o tradicional dos jogos de luta: você escolhe um lutador e enfrenta outros dez, um após o outro, vendo um final específico daquele lutador se conseguir derrotar todos. Isso pode ser feito no modo um-contra-um ou no modo Tag, popularizado pela Capcom, aquele no qual você escolhe dois lutadores e pode alternar livremente entre eles durante as lutas. Como o jogo é uma volta às origens, as lutas não acontecem em um ambiente 3D como nos mais recentes jogos da série, e sim em um ambiente 2D como nos mais antigos - em outras palavras, os gráficos são tridimensionais e de última geração, mas os lutadores só podem andar para a frente, para trás, pular e se abaixar, não podendo "girar" o cenário.

Estão à disposição do jogador quase todos os lutadores de Mortal Kombat Trilogy: Scorpion, Liu Kang, Kung Lao, Sub-Zero, Sindel, Ermac, Reptile, Kitana, Johnny Cage, Jade, Mileena, Nightwolf, Cyrax, Noob Saibot, Smoke, Sektor, Sonya, Jax, Kano, Stryker, Shang Tsung, Kabal, Baraka, Raiden e Sheeva. Outros dois, Cyber Sub-Zero e Quan Chi, podem ser liberados no Story Mode, e outros quatro, Rain, Kenshi, Skarlet (a única nova) e Freddy Krueger (ele mesmo, da série de filmes A Hora do Pesadelo) podem ser adquiridos como Downloadable Content (DLC). A versão para PS3 ainda traz mais um lutador, Kratos, da série God of War. Goro, Kintaro e Shao Kahn são os chefes, mas você nunca enfrenta Goro e Kintaro numa mesma sessão de jogo - uma partida completa do modo arcade, aliás, consiste de sete oponentes (ou duplas de oponentes, no modo Tag) aleatórios, então Shang Tsung, Goro ou Kintaro, e Shao Kahn por último. Além dos lutadores, os cenários também são os mesmos dos três primeiros jogos, refeitos com gráficos de última geração.

Uma grande novidade desse novo jogo é que ele traz, pela primeira vez, uma Barra de Super - outros jogos da série já tinham coisas parecidas, como a barra Agressor de Mortal Kombat Trilogy, mas essa é a primeira em que ela funciona como uma Barra de Super de verdade: conforme o jogador acerta ou leva golpes, a Barra de Super, que tem três níveis, vai enchendo. Gastando um de seus níveis, o jogador pode lançar um Super (na linguagem do jogo, um Enhanced, "aprimorado"), um especial que causa bem mais dano que um especial comum. Gastando dois níveis, ele pode efetuar um Breaker, uma defesa que interrompe combos e até mesmo especiais que já tenham conectado. E, gastando os três níveis, o jogador tem à sua disposição um X-Ray Move, um golpe superpoderoso capaz de mudar o rumo de uma luta, e que tem esse nome porque, quando o oponente é atingido, suas entranhas se desfacelando são visualizadas em câmera lenta.

Além do Arcade e do Story Mode, o jogo também traz um modo para jogar online; a já famosa Krypt, com os segredos como roupas alternativas e novos Fatalities, que podem ser comprados com moedas conquistadas ao longo do jogo; o modo Test Your Luck, no qual o oponente e as condições da luta são sorteados aleatoriamente; e a Challenge Tower, composta por 300 desafios, alguns deles lutas com condições especiais - derrotar o oponente em menos de 30 segundos, com bolas de fogo caindo dos céus ou sem poder usar especiais, por exemplo - e alguns bonus stages, como o famoso jogo de descobrir a bolinha debaixo do copo - aqui, o olho debaixo do crânio, mas a ideia é a mesma. Cada desafio vale moedas, e, se o jogador cumprir todos os 300, ganha um prêmio especial. E, além dos quatro personagens novos, foram lançados como DLC conjuntos de "roupas clássicas", iguais às de MK1 para Scorpion, Sub-Zero, Reptile e Ermac, iguais às de MK2 para Noob Saibot, Smoke, Kitana e Jade, iguais às de MK3 para Sektor, Cyrax, Sub-Zero e Cyber Sub-Zero (igual a Cyrax/Sektor, mas azul), e iguais às de Ultimate Mortal Kombat 3 para Kitana, Jade e Mileena.

Em 2012, foi lançada uma nova versão do jogo, chamada Mortal Kombat Komplete Edition. Essa nova versão já vinha com todos os DLC (os quatro personagens novos e as roupas clássicas) e com todos os elementos que podiam ser liberados ao longo do jogo (roupas alternativas, novos Fatalities, Quan Chi e Cyber Sub-Zero) disponíveis desde o início, mas seria criticada por não incluir nenhuma novidade. As novidades ficariam para a versão lançada em seguida para o Playstation Vita, que, além de todo o conteúdo disponível desde o início como na Komplete Edition, ainda trazia uma segunda Challenge Tower, com 150 novos desafios, alguns deles usando as funções exclusivas do PSVita, como a touchscreen e o acelerômetro. Nessa nova Challenge Tower podiam ser liberadas mais roupas clássicas, iguais às de MK2 para Scorpion, Sub-Zero, Reptile, Ermac, Mileena e Skarlet (igual a Kitana/Jade/Mileena, mas vermelha); iguais às de UMK3 para Scorpion, Sub-Zero, Reptile, Ermac, Noob Saibot, Smoke, Rain e Skarlet; e igual à de Mortal Kombat: Deadly Alliance para Kenshi (o que fez com que Freddy Krueger se tornasse o único personagem do jogo sem nenhuma roupa alternativa).

Pode ser a nostalgia falando, mas, pra mim, esse é o melhor de todos os Mortal Kombat. Aparentemente, uma sequência já está a caminho. Se seguir a lógica, recontará a história de Mortal Kombat 4. Resta saber como vai se chamar.

Mortal Kombat

Parte 4

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terça-feira, 9 de dezembro de 2008

Escrito por em 9.12.08 com 0 comentários

Mortal Kombat (III)

Há coisa de um mês, eu coloquei aqui um post sobre Street Fighter. Embora eu adore Street Fighter, já há um bom tempo que ele não encabeça a lista dos meus jogos de luta favoritos; este lugar pertence ao que talvez seja seu maior rival: Mortal Kombat. Por favor só não me peçam para explicar a razão, eu simplesmente gosto muito mais de jogar Mortal Kombat do que Street Fighter.

Sendo o meu favorito, era natural que Mortal Kombat ganhasse um post aqui no átomo primeiro. De fato, lá se vão quatro anos desde que eu falei da série, em uma época em que os posts talvez não fossem tão detalhados quanto os de hoje. Antes que alguém comece a se preocupar, vale dizer que não é minha intenção "atualizar" o post sobre Mortal Kombat, nem sobre qualquer outro assunto; o tempo continua passando, o átomo continua evolunido, novos lançamentos continuam aparecendo, e, se eu fosse atualizar todos os posts antigos, não teria tempo para fazer os novos - ou qualquer outra coisa, diga-se de passagem.

Ainda assim, desde que eu escrevi meu post sobre Mortal Kombat, três novos jogos da série foram lançados. E isto acabou fazendo com que eu me animasse a fazer um terceiro post, não para atualizar, mas para "completar" os outros dois, coisa que eu de vez em quando resolvo fazer por aqui. Portanto, preparem o luminol, que hoje é dia de Mortal Kombat no átomo!

Mortal Kombat Shaolin MonksQuando deixamos a série, lá em 2004, Mortal Kombat: Deception tinha acabado de ser lançado para Playstation2 e Xbox. Continuação direta de seu antecessor, Mortal Kombat: Deadly Alliance, MKD trazia mais uma vez um monte de material extra, acessível através da Krypt, e um novo modo Konquest, aperfeiçoado para um mini jogo de aventura, onde o jogador controlava o monge Shujinko buscando derrotar o Rei-Dragão Onaga. Além do modo de luta e do Konquest, MKD trazia o Chess Kombat, que permitia que os jogadores se enfrentassem em uma partida de xadrez, e um jogo tipo Tetris, o Puzzle Kombat, onde Scorpion, Baraka, Nightwolf, Ermac, Sindel, Sub-Zero, Bo Rai Cho, Kenshi, Mileena, Jade, Kabal e Raiden apareciam no estilo Super Deformed (aquele onde os personagens parecem anõezinhos). No modo de luta, MKD contava com 24 personagens, sendo 12 disponíveis desde o início e 12 que podiam ser liberados na Krypt. A versão para Game Cube, lançada em 2005, trazia ainda Goro e Shao Khan disponíveis desde o início, enquanto a versão para PSP, lançada apenas em 2006 e batizada de Mortal Kombat: Unchained, trazia estes dois e mais quatro, Blaze, Frost, Jax e Kitana.

Após MKD, a Midway decidiu levar a série de volta aos jogos de aventura. Quem se lembrava de Mortal Kombat Mythologies e Mortal Kombat Special Forces sentiu um frio na espinha, mas, desta vez, até que eles fizeram um bom trabalho. Lançado em 2005 para Playstation2 e Xbox, Mortal Kombat: Shaolin Monks era ambientado entre o Mortal Kombat original e Mortal Kombat II, e colocava o jogador no papel dos dois monges shaolin do jogo, Liu Kang e Kung Lao, enquanto eles viajavam entre a Terra e o Outworld, buscando impedir que Shao Khan leve adiante seu plano de dominar o mundo. O jogo conta com a participação de todos os personagens de MK e MK2 (e de Ermac, de Ultimate Mortal Kombat 3), alguns servindo como parceiros dos jogadores, outros como chefes de fase, sendo que Scorpion e Sub-Zero podem ser liberados para serem escolhidos pelos jogadores.

MKSM tem três modos de jogo, um para um jogador, um para dois jogadores onde um controla Liu Kang e o outro Kung Lao, cooperando apara terminar o jogo, e um "modo versus", exclusivo para dois jogadores, onde oito personagens (Liu Kang, Kung Lao, Scorpion, Sub-Zero, Johnny Cage, Kitana, Baraka e Reptile) se enfrentam como em qualquer outro Mortal Kombat. Curiosamente, todos os modos permitem Fatalities, sendo que nos modos de aventura eles podem ser aplicados nos chefes normalmente, ou durante as fases através de uma "barra de Fatality", que vai enchendo conforme o jogador usa combos. O jogo também traz os novos Multalities, Fatalities que podem ser aplicados em mais de um oponente ao mesmo tempo, e traz de volta os Brutalities, combos devastadores de UMK3.

Usando vários cenários que os jogadores poderiam reconhecer de MK e MK2, e várias músicas remixadas destes dois jogos, MKSM foi um grande sucesso, vendendo mais de um milhão de cópias só nos Estados Unidos, e sendo elogiado por críticos e jogadores. Animada com o desempenho, a Midway prometeu um jogo novo de Mortal Kombat por ano, fosse de luta, fosse de aventura.

Mas, curiosamente, o que viria a seguir parecia contradizer esta promessa: lançado em 2006 para Playstation2 e Xbox, Mortal Kombat:Armageddon foi concebido para ser o último jogo da série. Segundo sua história, ao longo dos torneios os guerreiros se tornaram muito poderosos, e suas lutas ameaçavam danificar a essência do universo, condenando a Terra, Edenia e todas as outras dimensões à destruição. Para evitar que isso aconteça, Blaze, o elemental do fogo que era um personagem secreto em MKDA, foi enviado para destruir o maior número possível de guerreiros, naquele que será o torneio final, onde só os que provarem seu valor serão considerados dignos de sobreviver.

Mortal Kombat ArmageddonComo bem disse um amigo meu, MKA é "um Mortal Kombat Trilogy da série toda", pois ele traz todos os personagens de todos os jogos de luta da série, todos com novo visual, e alguns pela primeira vez com gráficos poligonais ao invés de atores digitalizados. Assim, de MK temos o monge shaolin Liu Kang, o ninja morto-vivo Scorpion, o ninja do gelo Sub-Zero, o bandido Kano, o deus do trovão Raiden, o ator Johnny Cage, a tenente das Forças Especiais Sonya, o ninja reptiliano Reptile, o homem-dragão de quatro braços Goro e o feiticeiro Shang Tsung. De MK2 vêm a princesa Kitana, sua "gêmea malvada" Mileena, o monstro Baraka, o monge shaolin Kung Lao, o major das Forças Especiais Jax, a assassina Jade, o ninja fumacento Smoke, o ninja sombrio e misterioso Noob Saibot, o "primo do Goro" Kintaro e o vilão-mor Shao Khan. De MK3 comparecem o deformado Kabal, o índio Nightwolf, o policial Stryker, a Rainha de Edenia Sindel, a "mulher do Goro" Sheeva, o centauro Motaro e os ninjas cibernéticos Cyrax e Sektor. De UMK3 veio o ninja telecinético Ermac. De MKT temos o ninja semideus Rain e o ninja camaleônico Chameleon. De MK4 estão o feiticeiro Quan Chi, o assassino Jarek, o deus do vento Fujin, o monge shaolin Kai, a traidora Tanya, o deus louco Shinnok e seu general Reiko. De MKDA retornam o monge bêbado Bo Rai Cho, o demônio Drahmin, a pupila de Sub-Zero Frost, o bandido Mavado, seu capanga Hsu Hao, o monge cego Kenshi, a rebelde Li Mei, a vampira Nitara, o dublê Mokap e o monstro Moloch. De Mortal Kombat Tournament Edition (a segunda versão de MKDA para Game Boy Advance) veio a meio-demônio Sareena. E de MKD retornam a demônio arrependida Ashrah, o mercenário Dairou, o clérigo Havik, o soldado Darrius, os bandidos Kira e Kobra, o monge Shujinko, o Rei-Dragão Onaga e seu general Hotaru. Podem contar, são 58 personagens disponíveis desde o início. Como se essa cabeçada toda já não fosse suficiente, o jogo ainda traz quatro personagens que podem ser liberados, aumentando o total para 62: os irmãos Daegon e Taven, únicos personagens inéditos, e que possuem um papel importante na história do jogo; Meat, o esqueleto sangrento que era secreto em MK4; e Blaze, que também é o último chefe do jogo. E a versão para Wii, lançada um ano depois, incluiu mais uma personagem disponível desde o início, a assassina camaleônica Khameleon, que substituía Chameleon na versão para Nintendo 64 de Mortal Kombat Trilogy.

Assim como MKD e MKDA, MKA tem uma Krypt, agora com 288 extras, e um modo Konquest, onde o jogador controlará Taven tentando impedir seu irmão Daegon de levar adiante um plano maligno. Além disso, há o modo Kreate a Fighter, onde o jogador pode criar seu próprio personagem e depois utilizá-lo no jogo normal, acessando-o no quadro de escolha através de um personagem azul e outro vermelho, que perecem ser formados por peças de quebra-cabeças; o modo Kreate a Fatality, onde o jogador poderá pressionar seqüências de botões para criar combos que destroem o oponente, resultando em um Fatality personalizado; e o Motor Kombat, um jogo de corrida onde os personagens, no estilo Super Deformed, correm em karts. Participam do Motor Kombat Scorpion, Sub-Zero, Bo Rai Cho, Jax, Baraka, Raiden, Kitana, Mileena, Cyrax e Johnny Cage. A versão Wii ainda traz um conceito interessante, no qual os golpes especiais - inclusive os Fatalities - são feitos movendo o Wiimote em diferentes direções, ao invés de apertando seus botões.

Segundo a Midway, MKA foi criado para encerrar a saga iniciada no primeiro Mortal Kombat, mas não para encerrar a franquia. Futuros jogos ambientados no universo da série ainda seriam lançados, mas com personagens e histórias novas. Mas, por incrível que pareça, após esta declaração, eles conseguiram quebrar duas promessas de uma só vez: em 2007 não houve jogo novo da série, ao contrário do que fora anunciado após MKSM, e o mais recente jogo da franquia traz novamente os mesmos personagens de sempre. Mas com uma novidade interessante.

Lançado mês passado para Playstation3 e Xbox360, o mais recente título da franquia Mortal Kombat se chama Mortal Kombat vs. DC Universe. Pois é, é isso mesmo. Em uma espécie de resposta uns dez anos atrasada ao Marvel Superheroes vs. Street Fighter, a Midway decidiu colocar os heróis DC para cair na porrada com os guerreiros de Mortal Kombat. A história do jogo envolve um evento cósmico que mescla os universos MK e DC, criando o vilão Dark Khan, um amálgama de Shao Kahn e Darkseid, o que levará a "alianças improváveis" entre os personagens, segundo as palavras da própria Midway.

Pelo lado de MK você pode escolher entre Scorpion, Sub-Zero, Liu Kang, Raiden, Sonya, Kitana, Jax, Kano, Baraka, Shang Tsung e Shao Khan; pelo lado da DC estão disponíveis Super-Homem, Batman, Mulher Maravilha, Lanterna Verde, Flash, Capitão Marvel (que no jogo se chama Shazam, para evitar problemas com a Marvel), Mulher Gato, Coringa, Lex Luthor, Exterminador e Darkseid. As lutas acontecem no esquema um-contra-um, e, antes que alguém pergunte, todos os personagens de MK e os vilões da DC possuem Fatalities, enquanto os heróis da DC possuem Brutalities. O jogo traz ainda algumas novidades, como o Free Fall Kombat, onde a luta acontece em queda livre, com o vencedor atirando o perdedor contra o chão, e a "barra de fúria", que, quando está cheia, faz com que os golpes do personagem causem mais dano, e com que ele não sofra dano com os ataques do oponente.

Mortal Kombat vs DC UniverseO jogo possui um "modo história", que, apesar de não ter "fases" no estilo aventura, apenas o tradicional uma luta após a outra, traz uma história bem definida, com os personagens da DC e de MK vendo os do "outro lado" como invasores de seu mundo e lutando contra eles. Este modo é dividido em capítulos, e é necessário que o jogador jogue com mais de um personagem para chegar ao final. Para não desagradar aos fãs de jogos de luta, o jogo também traz o bom e velho "modo arcade", no qual você simplesmente escolhe um dos personagens e tem que baixar a porrada nos outros. Não há Krypt, Konquest ou joguinhos alternativos, mas a Midway promete muito conteúdo inédito que poderá ser baixado pela internet, desde uniformes alternativos até novos capítulos para o "modo história", passando por novos cenários e até novos personagens, como Kung Lao e Apocalypse.

De certa forma, o lançamento de MKvsDC foi o que me motivou a escrever este post, porque, desde que eu fiquei sabendo que o jogo iria ser lançado, eu não podia me furtar a fazer dois comentários. O primeiro eu já fiz, de que o jogo é uma reposta uns dez anos atrasada aos jogos semelhantes da Capcom. O segundo é que a Midway parece querer queimar a minha língua: sempre que eu me envolvia em conversas com os amigos cogitando possíveis jogos "vs. DC" (ou até o DC vs. Marvel, que um grupo independente está há séculos desenvolvendo para Mugen), eu argumentava no sentido de que eu achava que não ia ter graça, porque os heróis e vilões da DC são desproporcionais demais, tanto no sentido de superpoderosos demais, quanto no de menos. Se aceitar o Hulk dando um soco na cara da Chun Li e ela vivendo para ganhar a luta já era difícil, imaginem o lerdo Shao Khan derrotando o Flash no braço, o Coringa ganhando de Jax na porrada, ou alguém aplicando um Fatality no Super-Homem. Já pensando nisso, a Midway inventou "desculpas oficiais" para equilibrar os personagens, como, por exemplo, a de que o Super-Homem é vulnerável a magia, e os ataques dos personagens de MK são de natureza mágica, ou a de que a mescla dos dois mundos reduziu os poderes de alguns personagens enquanto aumentou os de outros. Eu espero que a Midway realmente queime a minha língua e que o jogo seja legal pra caramba, mas, que eu estou achando esquisito, isso estou.

Pessoalmente, eu preferiria que a Midway seguisse por um outro caminho, e realizasse um dos maiores sonhos dos fãs: um Mortal Kombat vs. Street Fighter. Se a Capcom aceitou colocar seus personagens para brigar contra os da SNK, por que não contra os de MK? Assim, quem gosta mais de SF poderia usar o jogo como argumento para dizer que SF é melhor do que MK, quem gosta mais de MK poderia usá-lo para dizer que MK é melhor do que SF, a Capcom e a Midway ganhariam rios de dinheiro, e todo mundo ficaria feliz. Bem, pelo menos eu ficaria.

Mortal Kombat

Parte 3

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domingo, 17 de outubro de 2004

Escrito por em 17.10.04 com 0 comentários

Mortal Kombat (II)

Para os que chegam agora, semana passada eu comecei um post sobre a série Mortal Kombat. Este post ficou tão Kolossal (desculpem, não resisti) que eu decidi dividi-lo em duas partes. Assim, hoje teremos a segunda metade. Quando a primeira terminou, estávamos em Mortal Kombat Trilogy, e aparentemente os jogadores já estavam cansados da série, que estava se tornando repetitiva e sem graça.

Mortal Kombat MythologiesParece que até mesmo a Midway estava cansada de MK, tanto que seu próximo título, Mortal Kombat Mythologies: Sub-Zero, não foi um jogo de porrada. Lançado exclusivamente para Playstation e N64, era um jogo de "porrada com fase" (tipo Double Dragon ou Final Fight). A história era anterior a MK1, onde ficamos sabendo que tudo começou quando o deus louco Shinnok tentou dominar a Terra, criando um amuleto poderoso, e foi impedido e banido por Raiden, que escondeu este amuleto no himalaia. Esta amuleto, por acaso, era o mesmo que impedia Shao Kahn de invadir a Terra. Neste jogo, Sub-Zero é enviado por seu clã para encontrar este amuleto.

No mesmo ano de 1997, porém, a Midway surpreendeu, e lançou Mortal Kombat 4, o primeiro título em 3D, acompanhando a tendência dos demais jogos de porrada do mercado. Novidades incluíam uma arma para cada personagem, que poderia ser sacada ou guardada durante a luta através de um botão, e objetos de cenário que poderiam ser arremessados contra o oponente, como pedras e crânios. Como uma volta às origens, a única forma de terminar a luta era com Fatalities. Os combos foram mantidos, mas agora menos poderosos, e foram adicionados os "breakers", movimentos para "cancelar" combos e arremessos do adversário. Muitos dos personagens originais (incluido Goro!) estavam presentes, agora com gráficos poligonais no lugar dos atores digitalizados, e o personagem secreto, Meat, nada mais era do que uma versão "sem pele" de um outro personagem qualquer. Complementando a história vista em MK Mythologies, e começando de onde MK Trilogy parou, em MK4 o deus louco Shinnok invade Edenia, que voltou a ser um local de paz e tranquilidade após a morte de Shao Kahn. Com a ajuda do feiticeiro Quan Chi, ele planeja transformar Edenia novamente no Outworld, e então utilizar os portais de Shao Kahn para invadir a Terra. Raiden decide reunir novamente os valorosos guerreiros, e ir com eles até Edenia, para evitar o sucesso de Shinnok.

Mortal Kombat 4Primeiro MK para arcades desde UMK3, MK4 tem uma história engraçada: Antes de seu lançamento, a Midway pegou um caminhão lotado de arcades, rodando um protótipo de MK4, e caiu na estrada, parando em cidades de 35 estados norte-americanos, não só para divulgar o lançamento, mas também para reacender o interesse pela série. A tática foi um sucesso e, no lançamento, milhares de jovens correram para os arcades. A "versão final", porém, era pior do que o protótipo. Cada lutador só tinha um Fatality, somente um dos cenários tinha Fatality próprio, e não estavam presentes os objetos de cenário arremessáveis. Além disso, Noob Saibot, presente no protótipo, tinha ficado de fora, e nenhum lutador tinha final, apenas uma tela preta dizendo "Good Job". Para tentar conter a revolta dos jogadores, rapidamente a Midway providenciou uma "versão 2.0", com novos personagens (e o retorno de Johnny Cage e Noob Saibot), mais golpes, mais Fatalities, mais armas, mais cenários e finais feitos em computação gráfica para todos os lutadores. O interesse inicial, porém já havia passado, e pouca gente voltou para jogar. A Midway ainda tentou uma última cartada, lançando uma "versão 3.0", dois meses e meio depois do lançamento da versão 2.0, com gráficos melhorados, um modo de luta 2 contra 2, e um novo lutador, Reiko, no lugar de Noob Saibot. Pouca gente sequer soube do lançamento desta versão, já que o jogo já tinha ganhado má-fama pela sua versão original. As versões para Playstation e N64 são baseadas na versão 3.0, e ainda trazem códigos secretos para jogar com Goro e Noob Saibot. Após a versão 3.0, a lista completa de personagens de MK4 ficou a seguinte: Liu Kang, Johnny Cage, Jax, Sonya, Raiden, Reptile, Scorpion, Sub-Zero, Fujin, Jarek, Kai, Quan Chi, Reiko, Tanya e Shinnok como selecionáveis; Meat como secreto selecionável; Goro e Noob Saibot como secretos. Shinnok também é o último chefe, a menos que você esteja jogando como o próprio Shinnok, quando o último chefe será Quan Chi.

Em 1999, a Midway decidiu lançar uma nova versão de MK4, Mortal Kombat Gold, com gráficos melhorados, o retorno de mais lutadores antigos (Kitana, Mileena, Cyrax, Kung Lao e Baraka), um novo lutador secreto selecionável (Sektor), novos cenários e novos finais para todos os lutadores. Por alguma razão, porém, esta versão foi lançada apenas para o Dreamcast, o videogame de última geração (na época) da Sega.

Mortal Kombat GoldDecidindo se aventurar novamente pelo campo dos jogos de ação, em 2000 a Midway lançou Mortal Kombat Special Forces, exclusivamente para Playstation. Neste jogo, era possível escolher entre Jax ou Sonya, lutando ao lado do exército americano contra a organização Black Dragon, liderada por Kano. Aparentemente, a história se passa antes de MK1 (assim como a de MK Mythologies). É um jogo em 3D de ação, tipo Syphon Filter ou Splinter Cell. Em 1999, porém, vários membros da equipe Mortal Kombat, incluindo um de seus co-criadores, John Tobias, saíram da Midway, o que fez com que MKSF não saísse como o esperado, sendo considerado um dos piores jogos do gênero, e um dos piores da franquia Mortal Kombat.

Em 2001, na época do lançamento do Game Boy Advance, saiu um título de MK para este console, Mortal Kombat Advance. Este era nada mais que uma versão de UMK3, mas sem Sheeva, com os lutadores secretos selecionáveis desde o início, e com menos golpes (cada lutador só tinha um Fatality e um Friendship).

Mortal Kombat Deadly AllianceNo final do ano 2000, a Midway havia decidido se retirar do mercado dos arcades, sepultando o lançamento de MK5, que já estava em desenvolvimento. Em 2002, porém, a empresa decidiu reinvestir na série, e lançou Mortal Kombat: Deadly Alliance para Playstation 2, X-Box e GameCube. Este seria originalmente MK5, mas algumas coisas foram mudadas para aproveitar a potência e comodidade dos consoles caseiros. Para começar, o jogo tem muitos segredos (na verdade, 676 deles), entre vídeos e imagens exclusivas, um making of, novos uniformes para os lutadores, e até cenários e lutadores secretos. Os gráficos são poligonais de última geração, e existe até mesmo um modo de treinamento (chamado Konquest), onde o lutador escolhido passará por diversas fases para aprimorar seus golpes. Como em MK4, a única forma de terminar a luta é com Fatalities. Caso alguém esteja interessado, a história traz novamente Shang Tsung como o vilão principal, desta vez utilizando a ajuda de Quan Chi para tentar conseguir a imortalidade e o controle do Outworld e da Terra. O monstro da vez é Moloch, um gigante azul que usa como arma uma enorme pedra. A lista de personagens traz doze selecionáveis desde o início (Johnny Cage, Sonya, Scorpion, Sub-Zero, Kung Lao, Kano, Shang Tsung, Quan Chi, Bo Rai Cho, Kenshi, Li Mei e Mavado), nove que podem ser liberados ao longo do jogo (Jax, Kitana, Raiden, Reptile, Cyrax, Nitara, Drahmin, Hsu Hao e Frost) e dois secretos selecionáveis (Blaze e Mokap). Após derrotar Moloch, para terminar o jogo ainda é necessário derrotar Shang Tsung e Quan Chi, em ordem aleatória.

Curiosamente, MKDA possui duas versões para Game Boy Advance. A primeira, lançada em 2002, é uma versão quase idêntica, apenas com gráficos (muito) piores, bem menos lutadores, e menos segredos (apenas 80), além de ser em 2D. Em 2003 foi lançada uma nova versão, Mortal Kobat Tournament Edition, praticamente idêntica à anterior, mas com novos cenários e lutadores (incluindo uma lutadora exclusiva, Sareena) e os modos 4 contra 4 e Tag (batalhas entre duplas, onde o jogador pode trocar de personagem no meio da luta), além de um modo competitivo onde quem vencer as lutas mais rápido ganha. O número de segredos subiu para 99. MKTE é bem melhor que MKDA, razão pela qual vendeu bem mais.

Mortal Kombat DeceptionE assim chegamos a Mortal Kombat: Deception, lançado agora em 2004, mais uma vez para Playstation 2, Xbox e GameCube. Continuação direta de MKDA, MKD traz novamente os segredos que fizeram o sucesso de seu antecessor (mas agora são "apenas" 400 segredos), 24 lutadores (a metade deles secretos) e novos modos de jogo: além do tradicional 1 contra 1 e do Konquest, temos um jogo de Tetris e um de xadrez. Cada lutador tem três estilos diferentes de luta, e pode alternar entre eles durante as batalhas. Scorpion, Sub-Zero, Ermac e Noob Saibot finalmente têm uniformes diferentes uns dos outros, ao invés de serem o mesmo ninja pintado com várias cores. Todos os cenários possuem armadilhas, que podem encerrar a luta imediatamente caso um lutador incauto acione uma delas. MKD ainda traz uma novidade estranha: ao perder a luta e ouvir o Finish Him, um lutador pode aplicar um Fatality em si mesmo, se suicidando e evitando que o oponente ganhe muitos pontos! MKD também pode ser jogado online, uma tendência dos jogos destes videogames modernos. O enredo é o usual: no final de MKDA, Shang Tsung e Quan Chi acabaram por ressucitar o Rei Dragão Onaga, que agora ameaça o mundo, cabendo aos valorosos guerreiros a tarefa de destrui-lo. No geral, parece ser um excelente jogo, feito para levar a série de volta ao local de destaque alcançado em seu início. A lista de personagens tem doze disponíveis desde o início (Scorpion, Sub-Zero, Mileena, Baraka, Kabal, Ermac, Nightwolf, Bo Rai Cho, Ashrah, Dairou, Kobra e Darrius), doze que podem ser liberados ao longo do jogo (Jade, Kenshi, Sindel, Raiden, Li Mei, Tanya, Havik, Shujinko, Hotaru, Kira, um Liu Kang zumbi e uma curiosa dupla de Noob Saibot e Smoke, conhecida como Noob Smoke), e Onaga como último chefe.

O único problema é que parece que ninguém liga mais para estes jogos de luta. Assim como os jogos em primeira pessoa (tipo Doom), são uma moda que talvez esteja passando. Vai chegar uma hora que, por mais segredos e novidades que os jogos tragam, será praticamente impossível atrair novos fãs, e os antigos estão envelhecendo.

De qualquer forma, Mortal Kombat é uma série que entrou para a história dos games. E definitivamente para a minha lista de favoritos.

Mortal Kombat

Parte 2

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domingo, 10 de outubro de 2004

Escrito por em 10.10.04 com 0 comentários

Mortal Kombat (I)

Neste mês de outubro chegou às lojas o mais recente título da série Mortal Kombat. Embora há muito eu tenha parado de jogar MK, mais por falta de um videogame de última geração do que por falta de interesse, este sangüinolento game sempre foi um dos meus preferidos, de modo que ainda acompanho os últimos lançamentos para saber das novidades.

Enquanto eu escrevia este post, notei que ele estava ficando exageradamente enorme. Pois bem, para não sobrecarregar o pobre átomo, o dividi em duas partes. Hoje começarei falando da série como um todo, e tecerei comentários sobre os primeiros jogos da série. Os interessados podem voltar semana que vem para o resto.

Mortal Kombat 1O primeiro Mortal Kombat que chamou minha atenção foi o 2. Meu primo costumava jogar o 1 em um lugar perto da casa dele, e sempre dizia que era muito legal, melhor que Street Fighter, essas coisas, mas eu achava os gráficos ruinzinhos demais, e o jogo em si meio tosco. Na época do lançamento de MK2 houve um grande estardalhaço, todas as revistas especializadas só falavam nisso, e eu acabei me interessando. Na época havia um fliperama aqui perto de casa, onde MK2 estava disponível, e eu comecei a jogar. Confesso que gostei muito. Joguei também as versões do 1 e do 2 para o Super Nintendo, e mais tarde comprei as versões de MK, MK2 e MK3, quando saiu, para PC. Jogar com o teclado era mais complicado, mas elas eram quase idênticas às dos Arcades, diferentemente das versões SNES, com gráficos "piorados", e que nem sangue tinham. Cheguei a jogar Ultimate Mortal Kombat 3 nos arcades, e MK Trilogy e MK4 no Playstation, mas depois minha saga de Mortal Kombat acabou. Hoje, só acompanho as modificações que a série vem sofrendo, e, embora ache os últimos títulos bem interessantes, não disponho de meio$ para experimentá-los. Talvez um dia.

O Mortal Kombat original, atualmente conhecido como "Mortal Kombat 1" [Nota do Guil: Uma coisa que eu acho interessante, e que muita gente já deve ter reparado: a gente só coloca o "1" depois de um nome depois que é lançado o "2". Assim, existe Mortal Kombat 1, Megaman 1, De Volta para o Futuro 1, e por aí vai; mas ninguém nunca vai se referir a um Blade Runner 1 ou Chrono Trigger 1, por que não existe o 2. Tem lógica, mas é estranho] foi lançado em 1992, para tentar fazer frente ao fenômeno Street Fighter, lançado pela Capcom. Sua produtora, a Midway, buscou inserir mais elementos do que os presentes nos jogos de porrada da época, criar atrativos tanto para os novos jogadores quanto para os que já estavam acostumados com o tipo de jogo, e devem ter pensado "oh, não, mais um torneio em que todo mundo vai se massacrar por um motivo qualquer".

Mortal Kombat 2Diga-se de passagem, tais atrativos foram muito bem escolhidos. Mortal Kombat podia ter gráficos toscos, mas para a época eram uma coisa incrível: ao invés de se utilizarem sprites (os famosos "gráficos de videogame"), atores reais digitalizados davam vida aos personagens (embora o mesmo ator fizesse os papéis de Johnny Cage, Raiden, Sub-Zero, Scorpion, Reptile e Shang Tsung - contenção de despesas talvez - e Goro, um dos personagens não-selecionáveis, fosse um monstro de massa de modelar animado em stop motion - coisa que não piora o jogo, muito pelo contrário). E não era só isso. Não somente o sangue jorrava a cada golpe mais forte (bem diferente dos demais jogos deste estilo da época, onde nem hematomas os personagens ganhavam) como existia um golpe especial final, o famoso Fatality, que acabava com a vida de seu oponente de uma vez por todas, mas só poderia ser utilizado quando o narrador da luta declarasse a hoje célebre frase Finish Him (ou Finish Her, se a oponente fosse Sonya, a única mulher do jogo). Outro diferencial era o botão de bloqueio, que permitia maior mobilidade, já que nos demais jogos deveria se apertar o botão de andar para trás para bloquear. Em MK era possível andar para trás mesmo quando o outro personagem lançava uma magia, por exemplo. Além disso, ao invés de cada personagem ter seu próprio cenário, os cenários seguiam uma ordem pré-determinada, se alternando no decorrer da batalha. Um deles, The Pit, possuía seu próprio Fatality, que jogava o adversário da ponte onde a luta se desenrolava direto em um poço cheio de espinhos, onde a morte por transfixação o aguardava. Tal cenário também era palco para mais um elemento até então inédito: um personagem secreto! Aquele que terminasse a luta sem receber golpes do oponente ganharia o direito a enfrentar Reptile (que não era grande coisa, apenas um Scorpion verde ao invés de laranja), e o cenário era o tal poço de espinhos do Fatality do cenário. Por toda esta violência, não é de se espantar que Mortal Kombat tenha conseguido a ira de muitos pais da época, e taxado dos piores adjetivos possíveis para um game. Ainda assim, foi um sucesso espantoso, e muitos dos jogos de porrada lançados a partir de então copiaram pelo menos um de seus aspectos.

Mas, fora a violência exacerbada, Mortal Kombat tinha um elemento que em Street Fighter era meio pobre: enredo. Em outras palavras, o jogo tinha uma história, não era simplesmente um bando de lutadores que resolveu se encher de porrada porque precisavam provar que eram os melhores do mundo, ou porque queriam vingar a morte de alguém. Na verdade, depois do sucesso dos três primeiros jogos a Midway decidiu fechar as pontas soltas da história, e hoje MK tem um prelúdio enorme e muito interessante. Mas na época do lançamento de MK1, o que interessava era o seguinte: há muito tempo, o feiticeiro Shao Kahn usurpou o trono de Edenia, um mundo de outra dimensão. Governando com mão de ferro, ele transformou o reino em um local de caos e sofrimento, e mudou seu nome para Outworld. Shao Kahn não estava satisfeito, e decidiu invadir também a Terra. Os monges Shaolin, porém, estavam de posse de um amuleto mágico que proibia a passagem de Shao Kahn para a nossa dimensão. Após séculos de luta, Shao Kahn e os monges fizeram uma barganha: foi criado o torneio Mortal Kombat (aparentemente, no Outworld não se sabia que Combat se escreve com C), que colocaria frente a frente os maiores campeões da Terra e do Outworld. Se a Terra vencesse dez torneios seguidos, Shao Kahn desistiria para sempre, mas se o Outworld conseguisse essa proeza, Shao Kahn estaria livre para passar para o lado de cá. Séculos se passaram sem nenhum dos lados conseguir dez vitórias seguidas, até que surgiu o feiticeiro Shang Tsung, representando o Outworld. Tsung não somente vencia todos os seus oponentes, como absorvia suas almas após as batalhas, ficando mais e mais poderoso. O efeito colateral era que, quanto mais poderoso ele se tornava, mais seu corpo físico envelhecia. Após vencer nove torneios seguidos, Tsung estava com a aparência de um velho de mil anos, e, apesar de todo o seu poder mágico, perdeu o que seria sua décima vitória para o monge Kung Lao. Irritado, Shao Kahn decidiu trapacear, e enviou para o torneio Goro, o príncipe dragão, membro da raça Shokan, nativa do Outworld (pelo que dá a entender, antes disso só humanos poderiam participar). Goro derrotou Kung Lao, e também venceu nove torneios seguidos. O torneio de Mortal Kombat 1 é o décimo, e se Goro ou Shang Tsung vencerem, a Terra estará condenada. Para evitar esta sina, Raiden, o deus do trovão, guardião da Terra, reuniu valorosos guerreiros do mundo inteiro (aparentemente devolvendo a trapaça, já que dá a entender que, antes disso, somente monges Shaolin poderiam participar). Os seis guerreiros reunidos por Raiden, e mais o próprio Raiden, serão a esperança da humanidade no torneio. Se perderem, Shao Kahn invadirá a Terra, e a transformará em um novo Outworld [Nota do Guil: pessoalmente, eu não acho que Kano ou Scorpion sejam "valorosos guerreiros", mas sabe-se lá qual foi o critério de Raiden...]. A lista completa de personagens de MK1 é a seguinte: Johnny Cage, Kano, Liu Kang, Raiden, Scorpion, Sonya e Sub-Zero como selecionáveis; Reptile como secreto; e Goro e Shang Tsung como chefes.

Mortal Kombat 3


Assim, todo o torneio se passa em uma ilha, onde o destino do mundo está em jogo. No fundo, é apenas mais um "vou lutar por um motivo qualquer", mascarado por uma história complexa e intrincada. Este método teve um efeito colateral inesperado: como, em um jogo de porrada, cada personagem tem seu próprio final, ficou meio difícil saber qual deles era o "oficial" (se bem que em todos a Terra é salva mesmo, então tanto faz). Na época do lançamento de Mortal Kombat 2, se convencionou que o final "oficial" era o de Liu Kang, onde ele vencia Goro e Shang Tsung, e interrompia a série de vitórias do Outworld (se bem que todos os outros teoricamente também faziam isso ao vencer, mas parece que o pessoal da Midway gosta mais do Liu Kang).

Um ano depois do lançamento de Mortal Kombat, em 1993, surgiu a inevitável continuação. Mortal Kombat 2 é considerado por muitos dos fãs (inclusive por mim) como o melhor da série. Shao Kahn, irritado por não ter conseguido vencer seus 10 torneios seguidos, enganou Raiden e os defensores da Terra para que estes fossem até o Outworld, local onde se passa o torneio deste segundo jogo. Novos lutadores foram adicionados, agora era possível jogar com Reptile, e o monstro da vez, Kintaro, era uma versão mais nítida de Goro. Shao Kahn substituiu Shang Tsung, rejuvenescido e adicionado à lista dos personagens "selecionáveis", como último chefe. Aliás, alguns golpes de Tsung o transformavam por alguns momentos nos demais lutadores do jogo. Aos Fatalities foram adicionados Friendships, movimentos para serem feitos ao final da luta que faziam com que o personagem executasse uma ação "engraçadinha" (como oferecer um buquê de flores ao oponente, por exemplo) e os Babalities, que ao invés de matar o oponente o transformavam em um bebê. Agora dois cenários tinham Fatalities próprios, The Pit II e Dead Pool, onde era possível jogar o oponente em um tanque de ácido. MK2 também tinha muitos segredos, incluindo três personagens secretos, Jade, Smoke (um Scorpion cinza) e Noob Saibot (um Scorpion preto). A lista completa de personagens de MK2 é: Johnny Cage, Liu Kang, Raiden, Reptile, Scorpion, Shang Tsung, Sub-Zero, Baraka, Jax, Kitana, Mileena e Kung Lao como selecionáveis; Jade, Smoke e Noob Saibot como secretos; Kintaro e Shao Kahn como chefes.

Ultimate Mortal Kombat 3Em 1995 ficamos sabendo que o torneio de MK2 era apenas uma cilada. Mesmo derrotado (talvez até devido a isso), Shao Kahn encontrou uma forma de invadir a Terra, e começou a mesclá-la com o Outworld. Assim, o novo torneio se passaria na Terra, embora esta já não fosse mais como a conhecemos. Mortal Kombat 3 é considerado por muitos (inclusive por mim) como o pior da série. Novos personagens sem nenhum carisma, a ausência de muitos dos antigos, ninjas cibernéticos, um Sub-Zero sem máscara (ao invés de um Scorpion azul) e golpes muito complicados contribuíram para o seu fracasso. MK3 adicionou ao jogo o odiado sistema de "combos" (sequências usadas para massacrar o adversário sem que ele se dê conta de porque está apanhando), além do botão de corrida (com o qual o personagem se deslocava rapidamente para a frente) e dos estranhos Kombat Kodes, códigos secretos que poderiam ser acionados antes de cada luta através dos controles, e que alteravam algum aspecto da mesma, como tornar os golpes mais poderosos ou as barras de energia maiores. Pelo menos dois cenários possuem Fatalities próprios (em um deles, no metrô, o oponente é atropelado por um trem), e em outros dois um gancho bem dado joga o oponente através do teto, para outro cenário. Como forma de terminar a luta, foram incluídos os Animalities, golpe com o qual o lutador se transforma em um animal e de alguma forma aleija o oponente, e o Mercy, com o qual você pode "perdoar" o oponente e prosseguir com a luta. Shao Kahn ainda era o último chefe, mas agora seu comparsa era Motaro, um centauro. Um Shokan também está presente no jogo, Sheeva (boatos a chamam de "a mulher do Goro", embora isso não seja oficial) que, para ser selecionável, teve de ficar bem menos poderosa que Goro e Kintaro. O único secreto é Smoke, agora um ninja cibernético. A parte boa é que havia um código para selecioná-lo, o que transformou MK3 no primeiro jogo de porrada a contar com um personagem secreto selecionável. A lista completa de personagens de MK3 inclui Liu Kang, Kung Lao, Sonya, Sub-Zero, Jax, Kano, Shang Tsung, Cyrax, Sektor, Kabal, Nightwolf, Sheeva e Sindel como selecionáveis; Smoke como secreto selecionável; Noob Saibot como secreto; Motaro e Shao Kahn como chefes.

No mesmo ano de 1995, talvez para apagar a má impressão de MK3, a Midway lançou Ultimate Mortal Kombat 3. Era praticamente o mesmo jogo, mas com 4 novos lutadores (aliás, o retorno dos antigos Jade, Kitana, Scorpion e Reptile), cenários, Kombat Kodes e a adição do Brutality, que nada mais era do que terminar a luta com um combo. Smoke era selecionável desde o início, e para substituí-lo foram providenciados quatro novos lutadores secretos, Mileena (a Kitana roxa), Classic Sub Zero (de MK1), Ermac (um Scorpion vermelho) e Human Smoke (de MK2), todos selecionáveis através de códigos. Além do modo tradicional, os jogadores poderiam escolher um torneio de times, 4 contra 4 ou 8 contra 8 (apenas dois de cada vez na tela, infelizmente).

Mortal Kombat TrilogyUMK3 foi consideravelmente bem sucedido nos Arcades, mas não nas versões caseiras. Para tentar corrigir isso, em 1996 foi lançado Mortal Kombat Trilogy, especialmente para Nintendo 64, Playstation, Saturn e PC. MKT tinha simplesmente todos os lutadores dos quatro títulos anteriores, inclusive os secretos, agora selecionáveis desde o início, um novo lutador selecionável, Rain (um Scorpion roxo) e um novo secreto, Khameleon (um Scorpion que mudava de cor). A versão para Playstation ainda trazia versões "originais" dos personagens presentes em mais de um jogo (por exemplo, ao escolher Raiden, você poderia jogar com sua versão MK1 ou MK2) e um código secreto para jogar com os chefes (Goro, Kintaro, Motaro e Shao Khan). MKT ainda trazia todos os cenários dos outros MK, e todos os Kombat Kodes de MK3 e UMK3 funcionavam normalmente. Como se tudo isso não bastasse, ainda havia um novo elemento: a barrar Agressor, que iria se enchendo conforme o lutador bloqueasse golpes. Quando a barra estava completamente cheia, o lutador se tornava mais rápido, e seus golpes mais poderosos. MKT poderia ser o jogo que MK3 não foi, mas a verdade é que na época todo mundo já estava mais ou menos de saco cheio de Mortal Kombat, e, embora tenha vendido bem, não foi tão bem sucedido quanto MK2.

Antes que vocês também fiquem cheios de Mortal Kombat, termina aqui a primeira parte deste post. Semana que vem veremos o que aconteceu com a série depois do lançamento de MKT, quando aparentemente não havia mais nada de novo a se acrescentar.

Mortal Kombat

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